terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Amun-Re: O Nilo, o Alto e o Baixo Egito

Amun-Re é um jogo do Doutor Reiner Knizia, lançado em 2003 e relançado em 2017 pela Super Meeple, chegou ao Brasil em 2018 pela Conclave Editora e é um dos melhores jogos de leilão que eu conheço! Ah, e também é um dos jogos do Knizia com o tema mais bem amarradinho com o jogo em si!

Uma partida de Amun-Re dura dois períodos chamados de Antigo Império e Novo Império. Em cada período os jogadores participam de três leilões por províncias, um em cada turno, onde irão construir pirâmides e alocar camponeses em seus campos. No final de cada turno os jogadores deverão fazer oferendas para Amun-Re e colher seus rendimentos.

Entre estes dois turnos, como diz o manual, "hordas de bárbaros dizimarão todas as fazendas e todos os jogadores perderão o controle de suas províncias para as areias do tempo – apenas Pedras e Pirâmides permanecerão."

Então que tal entender um pouco mais sobre esses períodos e essas hordas de bárbaros? Vamos lá!

A história do Antigo Egito se divide em três fases, o Antigo, Médio e Novo Império. Foi durante o Antigo Império, que durou de 3.200 a.C. até aproximadamente 2.100 a.C., que os egípcios construiram canais de irrigação que traziam água do Nilo até suas plantações, e também são desse período as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época.

Bem, é durante essa primeira era do jogo que construímos as pirâmides nas províncias que conquistamos no jogo, e colocamos os nossos trabalhadores nos campos!



O Antigo Império foi um período grandioso para o Egito, foi quando Menés, um grande líder político, conseguiu unificar o Baixo e o Alto Egito. No tabuleiro do jogo podemos ver essa divisão representada pelas províncias que estão ligadas às coroas do Baixo e Alto Egito.

Coroa vermelha do Baixo Egito e coroa branca do Alto Egito.


Durante esse período os faraós conquistaram amplos poderes e acabaram desagradando os grandes proprietários de terras e chefes de diversos Nomos (divisões administrativas do Egito Antigo), que acabaram por enfraquecer os poderes do Faraó, e por consequência  o poder político do estado.

Com o enfraquecimento do estado, o Antigo Império começa a entrar em declínio, as cheias do Rio Nilo diminuíram, desestabilizando a agricultura e trazendo fome, pestes e revoltas internas e externas, os líderes dos Nomos tiveram um expressivo aumento de poder, diminuindo a força do faraó. Essa baixa do Nilo é representada no jogo pelas baixas oferendas a Amun-Re no intervalo dos turnos.

Por volta do ano de 2.000 a.C, sob a liderança do Faraó Mentuhotep II o poder faraônico foi reestabelecido com a derrota dos nomarcas, mas essa nobreza egípcia continuou com uma forte oposição ao poder do Faraó até que o Médio Império entrou em declínio com a invasão dos tais "bárbaros" descritos no manual do jogo... Os Hicsos eram um povo com uma tecnologia militar muito avançada para a época, contavam com um armamento de melhor qualidade, cavalaria e bigas.


O Novo Império é representado no jogo pelos segundo período, quando todos os trabalhadores e escribas são removidos dos campos e das províncias, permanecendo as pirâmides e pedras, e uma nova rodada de leilões é realizada!
Os egípcios aprenderam com os Hicsos as técnicas de guerra e restabeleceram o poder expulsando os invasores, estabelecendo Tebas como a nova capital. O Novo Império representa o auge da civilização egípcia, tendo famosos Faraós como Ramsés II, também foi nesse período que aconteceu a escravidão e fuga dos Hebreus do Egito em direção à terra prometida, como conhecemos na história de Moisés.

O Novo Império chega ao fim com a invasão dos Assírios, e posteriormente os Persas, Macedônios (com Alexandre o Grande) e pelos Romanos.

Uma última curiosidade sobre o jogo é o nome dele. Até antes da rebelião em Tebas que expulsou os Hicsos, o deus Amon dividia sua adoração com sete outros deuses, e não era um deus de muita importância. Após a expulsão dos Hicsos, ele passa a ser associado com o deus Rá, e sob o nome de Amon-Rá (ou Amun-Re) passa a ser adorado como o principal deus da nação.

A comparação abaixo mostra uma imagem de Amon, com a representação de Amon-Rá na caixa do jogo, reparem no disco dourado da arte do jogo, representando a fusão com o deus do Sol, Rá.



Bem, é isso meus amigos! Hoje usamos o jogo Amun-Re para contar um pouco da história do Egito! Vale ressaltar também a importância do Rio Nilo para o desenvolvimento dessa incrível civilização que foi o Egito! O Nilo divide as províncias pelo tabuleiro e no seu delta demos o templo de Amun-Re, onde fazemos as oferendas durante o jogo. Sem o Nilo a agricultura seria inviável. Como disse Heródoto no século V a.C., o Egito é uma Dádiva do Nilo.

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO!

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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

The Flow of History - Um Civ card game super light!


A história é um rio que flui continuamente através dos tempos. Desde o início dos tempos, numerosas civilizações se ergueram sobre as cinzas caídas de outras, e ainda assim todas elas brilharam uma vez em seu próprio momento de glória!

Esse texto retirado da descrição do jogo no BGG explica muito bem a ideia desse jogo! A grande maioria dos jogos de civilização que conhecemos são aqueles que levam horas de jogo, cheio de regras e minúcias... Mas esse aqui não. O Flow of History é um card game de civilização bem rapidinho - mais ou menos 1h de jogo - em que montamos nossa civilização através de um "leilão" de cartas.

Como todo jogo de civilização temos uma divisão de eras, nesse jogo a história está dividida em seis baralhos de eras com várias categorias de cartas separadas por cores, temos as cartas de governo, que são azuis, as cartas militares vermelhas, as maravilhas, na cor cinza, etc...

Cartas de governo

Maravilhas


Cada jogador começa com uma carta azul  e quatro moedas, que são os recursos genéricos do jogo e um peão pra indicar a sua cor.

Peões e moedas da versão deluxified.


São abertas na mesa um Mercado de seis cartas (cinco se forem menos de cinco jogadores), e os jogadores podem realizar uma das cinco ações a seguir:

Invest: O jogador coloca seu peão em uma das cartas do mercado junto com uma quantidade de moedas que ele deseja investir.

Complete: O jogador que já tenha investido naquela carta na rodada anterior pega a carta para si e ganha seus bônus.

Snipe: Um outro jogador paga ao jogador que investiu em uma carta o mesmo valor investido e "rouba" a carta para si.

Activate: O jogador ativa qualquer ação especial de carta que ele tenha disponível nas cartas que baixou.

Harvest: O jogador ganha recursos de acordo com o número de cartas com o símbolo de colheita que ele tiver em sua cidade.

São ações simples que fazem o jogo fluir muito bem quando você pega a manha das iconografias. Uma das coisas mais legais do jogo são os benefícios que as cartas te dão, e que podem ser perdidos quando você compra uma carta do mesmo tipo de uma era superior. As cartas devem ser sempre empilhadas de acordo com o seu tipo quando são compradas, quando você compra uma nova carta militar ela é colocada sobre a carta militar que já estava na sua cidade, por exemplo.

Cartas Militares
O jogo termina quando a carta The Future é adicionada ao Mercado, então os jogadores contam seus pontos de vitória de acordo com os símbolos de cultura e pelas cartas de Líderes e Maravilhas.

Minha avaliação do jogo é muito boa, como historiador eu achei bem legal você poder ver de forma rápida sua cidade crescer de apenas um governo para uma série de novas Construções, Conhecimentos, Líderes e Maravilhas. O jogo pode decepcionar aquele heavy gamer que se amarra em um Clash of Cultures ou um Through the Ages, mas ele trás umas coisinhas novas muito boas! A arte do jogo também pode desagradar a alguns, mas eu achei bem estilizada. Meu único contra é para a iconografia, que demora um pouco pra você pegar o que cada uma quer dizer.

O Flow of History foi lançado aqui no Brasil pela Kronos Games, é um jogo do designer Jesse Li, para 2 a 5 jogadores!

Bem, é isso! Gostou do review? Eu queria saber de vocês se gostariam de um vídeo explicando as regras ou um gameplay, respondam aí nos comentários!

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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Endeavor: Age of Sail - Um novo ar para um clássico!

Endeavor quer dizer esforço, empenho, empreendimento, empreitada... E na época das grandes navegações essas eram características necessárias para se lançar ao mar em direção ao desconhecido.



Endeavor é um jogo que foi originalmente lançado em 2009, e ganhou uma reimplementação agora em 2018 pela Burnt Island Games e Grand Gamers Guild, aqui no Brasil foi trazida pela Ludofy. Nesse jogo somos impérios na Era das Navegações e precisamos conquistar novas terras para realizar comércio e acumular glória para nosso império.

O tabuleiro do jogo apresenta o mapa da Europa e outras seis regiões fechadas: Caribe, Extremo Oriente, África, América do Norte, América do Sul e Índia. Durante o jogo nós precisamos descobrir essas regiões e traçar rotas que vão nos dar pontos de glória no final do jogo.

Mas para fazer tudo isso precisamos realizar ações, construir prédios e evoluir nossas características (no tabuleiro individual) que vão nos ajudar a construir prédios melhores, conseguir mais trabalhadores, pagar salários e conseguir mais cartinhas de bônus.

As ações que realizamos no jogo refletem as ações dos exploradores dos mares, que são:

Navegar: nos permite colocar nossos disquinhos nas Trilhas de Expedição e nos espaços de Frota, as Trilhas de Expedição contam como um "contador" para a descoberta de uma das seis regiões fechadas do jogo, e os espaços de Frota para nos ajudar a traçar nossa rota pelo tabuleiro. Quando não temos mais espaço nas Trilhas de Expedição também podemos colocar nossos discos no espaço de Mar Aberto. Essa ação representa a chegada de navios nas regiões inexploradas. Quando uma Trilha de Exploração é completada, a região foi descoberta e o jogador com mais discos na Trilha se torna o Governador daquelas terras, ganhando a Carta do Governador, que dá ao jogador alguns bônus interessantes.



Trilha de Expedição
Ocupar: Nos permite colocar nossos discos nos espaços de cidades, fechando as rotas que começamos nas cidades da Europa e nas Frotas. É a invasão dos europeus nos continentes recém descobertos.

Atacar: Bem... Estamos disputando com outros impérios por terras a serem invadidas por europeus, então vamos ter guerra! Nessa ação, a mais dispendiosa do jogo (guerra não é barato!), podemos tomar uma rota ocupada por outro jogador!

Pagamento: Essa ação é usada para liberar espaço ocupado nas construções do nosso tabuleiro individual, e colocar novamente o espaço e o disco de trabalhador a nossa disposição.

Comprar: Essa eu acho uma das ações mais importantes e interessantes do jogo. Nessa ação podemos comprar cartas que estão espalhadas em pilhas em cada região do mapa. Cada uma das seis regiões tem um maço de cartas com custo ordenado de 1 a 5, onde uma vez descoberta a região os jogadores que tiverem presença naquela região, ou seja, tiverem discos na Trilha de Expedição, Frotas, Cidades ou Mar Aberto, podem comprar uma carta por ação de Compra realizada, desde que a quantidade de discos que o jogador tenha na região seja igual ou menor do que o custo da carta.

As cartas dão bônus e pontos de glória no final do jogo. Como eu falei existe um maço de cartas para cada região, e só podem ser compradas depois que a região é descoberta. Porém, na Europa (como somos impérios europeus) as cartas já estão liberadas para compra, e lá temos dois maços, o maço da Europa e o maço da Escravidão.

A Escravidão é tratada de uma forma bastante interessante no jogo. As cartas de Escravidão estão liberadas para todos os jogadores e dão alguns bônus muito grandes principalmente para construções. Porém, no maço de cartas da Europa, a última carta além do seu bônus normal ela também tem a Abolição da Escravidão. Então, uma vez que algum jogador compre a última carta do maço da Europa, a escravidão é abolida e todos os jogadores que se beneficiaram da escravidão perderão o bônus que ganharam e ficarão marcados para sempre na história, perdendo 1 ponto de Glória no final do jogo para cada carta de escravidão que comprou!

Bem, esse foi um review rápido do jogo, agora vamos para as minhas considerações a respeito dessa nova edição em comparação com a antiga!



A edição de 2009 tinha um pequeno problema que era a quantidade de jogadores... O jogo só brilhava com 5 jogadores! Era muito espaço para ser ocupado no tabuleiro, e com menos de 5 jogadores nem todas as regiões eram descobertas... O jogo ficava meio frouxo.

Essa nova edição traz um tabuleiro com face dupla, um lado para ser jogado com 4 (com pouco conflito) ou 5 jogadores, e o outro lado para ser jogado com 2 a 4 (com mais conflito) jogadores.

Os dois lados do tabuleiro


Experimentei o jogo com 3 jogadores e ainda achei um pouco frouxo, mas apenas a Índia não foi descoberta, e o jogo melhorou muito com 4 jogadores, o que eu achei muito bom!

Outra coisa que eu gostei bastante foi a adição das Façanhas, que são eventos históricos que adicionam novas opções às ações do jogo e novos critérios de pontuação para o final do jogo. O Endeavor nunca foi um jogo com o tema muito bem colado, exceto pela questão da escravidão, mas vejo com essas Façanhas uma "cola" mais forte do tema na mecânica!

As Façanhas são liberadas quando algumas regiões são descobertas, as regiões relacionadas a elas, então dependendo do número de jogadores, ou de como a partida se desenrola, as Façanhas só estarão liberadas da metade para o final do jogo, e posso dizer pelas partidas que eu joguei que elas ficam bem disputadas!

O jogo vem com 15 façanhas e são utilizadas 3 por partidas, dando uma boa rejogabilidade!Não preciso nem dizer que teremos uma série com as façanhas destrinchadas historicamente não é?

Então aguardem!


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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Top 5 jogos com temática viking!



Antes de começar eu gostaria de esclarecer uma coisa sobre esse TOP 5 que vai valer para todos os outros que eu fizer! O critério usado para posicionar os jogos vem de como o tema é usado, e não do quanto o jogo é bom!

VIKINGS! [Leia Gritando!]

Quando falamos de vikings lembramos logo de guerreiros sanguinários que pilhavam e matavam tudo que viam pela frente! Não era bem isso... Os vikings foram um povo guerreiro, mas também eram comerciantes e exploradores que invadiram, exploraram e colonizaram grandes territórios da Europa e Atlântico Norte entre os séculos VIII e XI.

Existe um período na história conhecido como a era viking, quando em seus dracares os vikings viajaram do extremo ocidente, visitando locais como a Islândia, Groelândia e onde hoje é a América, até o oriente próximo, em Constantinopla e a Russia. Esse período constitui uma parte importante da história medieval de regiões da Escandinávia, Grã-Bretanha e grande parte da Europa.

Sua má fama como guerreiros brutos e selvagens vem do início do século XX, quando se criou um esse mito caricato. Historicamente eles foram responsáveis por fundar muitos povoados ao redor da Europa e hoje são reconhecidos por sua contribuição na evolução tecnológica de navegação marítima e construção de cidades.

Bem, vamos ao que interessa, o TOP 5 jogos com temática viking!

#5 Jórvik

Jogo do Stefan Feld, lançado em 2017 no Brasil pela Conclave!  

Em Jórvik os jogadores são Jarls, guerreiros nobres que governavam cidades, que estão em disputa por pontos de prestígio através de troca de mercadorias, festas, pilhagens, defesa da cidade, etc... Está na minha quinta posição pois é o jogo The Speicherstadt com a expansão, reimplementado com o tema viking... É um jogo de leilão que eu gosto bastante, e acho que a mecânica dá uma segurada no tema, pois o jogo original (The Speicherstad) também trata de comércio, troca de mercadorias, defesa dos armazéns da cidade (contra incêndios, etc.

#4 Yggdrasil
Jogo de Cédric Lefebvre, Fabrice Rabellino, lançado em 2011.
Yggdrasil é um jogo cooperativo onde cada jogador está no papel de um deus da mitologia nórdica (tem a ver com viking!), Odin, Thor, Tyr, Frey, Heimdall e Freyja. Os deuses devem defender Árvore Mundo Yggdrasil, uma árvore colossal que na mitologia nórdica é o eixo do mundo, do ataque de monstros igualmente mitológicos como o lobo gigante Fenrir, a serpente Jormungand e também de inimigos como Loki e Hel, a deusa da morte.
É um jogo bem bacana lançado em 2011, joguei na época do lançamento, e infelizmente nenhuma editora no Brasil se interessou em trazer.

#3 Blood Rage
Jogo de Eric Lang, lançado no Brasil pela Galápagos Jogos!
 Em Blood Rage cada jogador está no comando de um clã viking na chegada do Ragnarök, o "Apocalipse Viking", e todos querem uma morte gloriosa que vai garantir um lugar no banquete dos deuses no Valhalla!
É um jogo de controle de área bem legal! Na época do lançamento eu joguei bastante, muito mesmo, mas dei uma enjoada pois estava muito repetitivo. Agora com o lançamento das expansões pela Galápagos espero jogar novamente e ter novos ares!

Parei de escrever aqui pois fiquei em uma grande dúvida entre o primeiro e segundo lugar! São dois jogos com o tema viking muito bem implementado e pra decidir qual ficaria em primeiro eu usei como critério a mecânica, se ela me fez sentir viking!

#2 Um Banquete a Odin 
 
Jogo de Uwe Rosemberg, lançado no Brasil pela Mandala!
É um worker placement onde cada jogador precisa coletar recursos através da caça, coletar materiais para confecção de produtos, desenvolver suas habilidades e atacar assentamentos para pilhagem e colonização. Ao fazer isso os jogadores vão preenchendo seu tabuleiro principal para produzir renda e pontos de vitória.
Está na segunda colocação pois tratou o tema viking fora do estereótipo de guerreiro bruto e sanguinário, como vemos em Blood Rage, e com quase nada da mitologia nórdica. É um jogo excelente do mestre Uwe Rosemberg!

#1 INVASORES DO MAR DO NORTE
Jogo de Shem Phillips, lançado no Brasil em 2018 pela Meeple BR!
Porque eu escolhi Invasores do Mar do Norte como o primeiro colocado no tema viking? Bem, é um worker placement um pouco fora do padrão, o que já me agrada muito! E a jogabilidade dele te coloca lá nas atividades vikings!
Aqui nós somos guerreiros vikings tentando impressionar nosso Jarl conquistando terras estrangeiras, ou seja, pilhando! Mas aí você deve estar se perguntando: Não entra na caricatura de viking brutamontes? Pois é, pra fazer essa pilhagem temos que realizar ações de comércio, produção de recursos, etc! Logo, tem aquele feeling de que estamos jogando com vikings históricos!

E o Super TOP 1 - Hnefatafl
Bem, esse jogo de nome estranho está aqui no Super TOP 1 pois ele não é apenas um jogo de temática viking, ele É UM JOGO VIKING!
Tafl, no idioma nórdico significa "mesa", e antes mesmo do xadrez ser usado na Europa para estimular a estratégia, os vikings já usavam esse jogo, onde o objetivo é conduzir o Rei para uma saída segura, nos cantos do tabuleiro, enquanto o outro jogador deve encurralar o Rei!
É um jogo abstrato bem legal e de fácil acesso, vendido no Brasil pela Mitra!

Bem, espero que tenham gostado desse TOP 5, faremos outros uma vez por mês pelo menos, com outros temas como Navegações, Segunda Guerra Mundial, Wargames...

Abraço!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Civilization: Um Novo Amanhecer - Rápido e bom!


Blog de jogos com temas históricos tem que ter jogo de civilização, senão é golpe! Mas a pergunta que muita gente me fez sobre o lançamento da Galápagos Jogos, Civilization: Um Novo Amanhecer (A New Dawn em inglês) foi a seguinte: "É bom?"

SIM! É BOM!

Mas se você é fã dos jogos eletrônicos do Sid Meier e que jogou a edição de 2010 da Fantasy Flight Games, vamos com calma pra não criar muita expectativa... É UM JOGO COMPLETAMENTE DIFERENTE!

Pra quem chegou agora e não tá ligado, a FFG lançou em 2010 o Sid Meier's Civilization: The Board Game, um jogão que simula muito bem a experiência do jogo pra PC, que foi evoluindo conforme os anos foram passando, e hoje está na sexta edição. No intuito de acompanhar a franquia a FFG lançou o Civilization: A New Dawn, mas resolveu dar ao jogo uma pegada mais leve, sem tirar o feeling de um jogo de civilização. Vou explicar...

Civilization: Um Novo Amanhecer é um jogo de 2 a 4 jogadores, onde competimos em uma expansão cultural, o jogo não é focado em cultivar recursos, montar exércitos e atacar os adversários, e sim em expandir seu território para conseguir alguns recursos e cumprir os objetivos da partida.

Para isso o jogo utiliza uma Barra de Foco, um excelente sistema de seleção de ações. A Barra de Foco contém cinco Cartas de Foco representando os cinco tipos de tecnologias do jogo: Científico, Cultural, Econômico, Militar e Industrial. Cada carta começa em um espaço na Barra de Foco de acordo com o líder da sua civilização e cada espaço corresponde a um tipo de terreno existente no tabuleiro de acordo com sua dificuldade, o terreno mais fácil de se trabalhar, a Pradaria, tem dificuldade 1, passando por Colinas, Florestas, Desertos e Montanhas (que tem dificuldade 5).

No turno de cada jogador ele escolhe uma Carta de Foco, realiza a ação da carta, que será influenciada pela sua posição na Barra de Foco e "reseta" a carta para a posição 1, ajustando as cartas em posição mais baixa para a mais alta, criando um rodízio de força das Cartas de Foco.

O jogador usou a carta na posição 4, "resetou" para a posição 1 e subiu as que estavam atrás!
As cartas de foco podem ser evoluídas através do uso da carta de Ciência, que permite que o jogador avance o ponteiro do Indicador de Tecnologia, melhorando as habilidades das cartas que vão do nível 1 até o 4.
 
Indicador de Tecnologia.

Com as Cartas de Foco Industriais a sua civilização pode construir Cidades, que servem para aumentar o alcance da sua influência e para construir Maravilhas, claro! Um jogo de civilização não é nada sem as suas Maravilhas!

Detalhe para o Estádio do Maracanã!
As cartas de Cultura permitem que você aumente a área de influência da sua civilização colocando Marcadores de Influência nos espaços adjacentes às suas Cidades, permitindo que se conquiste territórios com recursos que vão ajudar na construção das Maravilhas.

Cidade vermelha com Marcadores de Influência.
Mas onde está a interação entre as civilizações? Então vamos lá, com as Cartas de Foco Militar e Econômico as civilizações conseguem interagir uma com as outras. Começando pelas Cartas de Foco Econômico, os jogadores podem mover Caravanas entre suas cidades para as Cidades Rivais (de outros jogadores) e para Cidades Estado (cidades neutras), realizando Diplomacia através de cartas e conseguindo Marcadores de Comércio, que ajudam na execução das ações das cartas.

Já as Cartas de Foco Militar permite que o jogador ataque outra civilização, Cidade Estado ou Bárbaros, que são ameaças para a evolução da sua civilização.

Cada civilização vai ter um Líder, que como já foi dito, vai determinar a posição inicial das cartas na Barra de Foco, e vai dar um poderzinho para sua civilização. Esses poderes concedidos pelos Líderes são bem bacanas e temáticos, e nas partidas que eu joguei foram decisivos para a disputa pela vitória.

Os Líderes das Civilizações: Asteca, França, Egito, Roma América, Cítia, Japão e Suméria.
Sobre os Líderes e as Civilizações, além das conhecidas, França, Egito, Roma, Japão e América, temos também:
  • Astecas: Civilização Pré-colombiana que existiu onde hoje é o México;
  • Sumérios: Habitantes do sul da Mesopotâmia, onde hoje é o Iraque e Kwait, localizada entre os rios Tigre e Eufrates (jogo excelente que a Galápagos vai lançar, manda pra gente!);
  • Citas: Grupo de Povos Iranianos habitantes da Cítia, região da Eurásia. A localização do território onde eles viveram varia um pouco conforme o período... Da região dos Montes Altai, onde as fornteiras da Mongólia, Russia e China se encontram, até a região do baixo Danúbio na Bulgária.
Bem, parece um jogo complexo, mas é bem simples, uma partida com 4 jogadores pode durar no máximo umas duas horas sem contar com a explicação do jogo, e uma partida com três jogadores pode durar pouco mais de uma hora e meia.

O final da partida acontece quando um jogador completa um objetivo de cada uma das três cartas de objetivos sorteadas no início do jogo.

Avaliação final: Se você procura um jogo de civilização rápido, simples e bonito, Civilization: Um Novo Amanhecer é o jogo que você procura!